Pouco mais de um ano após a morte de Silvio Santos, o nome do comunicador voltou ao centro de uma polêmica envolvendo política e os rumos do SBT. O cantor Zezé Di Camargo criticou publicamente a emissora e as filhas do empresário, acusando-as de adotar uma postura diferente da que, segundo ele, sempre foi conduzida pelo fundador do canal. A reação ocorreu após a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em um evento institucional promovido pelo SBT.

As críticas do sertanejo, no entanto, reacenderam o debate sobre a relação histórica de Silvio Santos com figuras do poder. De acordo o Metrópoles, no livro Topa Tudo Por Dinheiro, do jornalista Mauricio Stycer, o empresário sempre fez questão de manter boas relações com quem ocupava cargos relevantes no cenário político, independentemente de alinhamento partidário. A obra destaca que Silvio nunca teve problemas com presidentes da República e, ao contrário, costumava ser admirado e bem recebido por diferentes governos.

Registros e imagens que circulam nas redes sociais reforçam esse histórico. Silvio Santos esteve com todos os presidentes do Brasil desde a redemocratização, incluindo encontros com Lula, Jair Bolsonaro, Michel Temer, Dilma Rousseff, Itamar Franco, Fernando Collor e José Sarney. Bolsonaro, inclusive, participou do Programa Silvio Santos em 2019, enquanto Temer esteve no palco do programa em 2018.

A polêmica ganhou força após um desabafo de Zezé Di Camargo nas redes sociais. O cantor afirmou não reconhecer mais o SBT como a emissora com a qual manteve uma relação afetiva e profissional ao longo da carreira. Em tom duro, criticou diretamente a condução do canal pelas herdeiras de Silvio Santos e afirmou que elas estariam se distanciando dos valores do pai ao convidarem Lula e Alexandre de Moraes para eventos da emissora.